Pages

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Andando como Jesus andou.


Texto: I João 1.5-7.                       

Tese: De que forma deve-se andar como Cristo andou?                       

Introdução:
            Existe um ditado antigo que diz: diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és; Porém há outro melhor que diz: diga-me como tu andas e eu te direi se Jesus é o Senhor da sua vida.
Cristo é o maior paradigma da Igreja. A verdade é confirmada pelo apostolo João quando afirma que devemos andar como ele andou. Em pensamento similar, o apóstolo Pedro afirma que Cristo nos deixou um grande exemplo, e conclui dizendo que devemos seguir as suas pisadas (1 Pe 2.21). O apostolo Paulo por sua vez, declara que devemos ser imitadores de Cristo (1 Co 11.1). Jesus, inquestionavelmente é o nosso maior modelo. Viveu nesta terra e não pecou. A igreja tem o MINISTÉRIO de dar continuidade a sua missão.
            Como liderados devemos seguir o exemplo de nosso líder que é Cristo. Mas, de que forma devemos andar como Cristo andou? Nesta mensagem apresentarei alguns princípios deste andar de Cristo que deve caracterizar a Igreja hodierna.  Como Cristo andou?

I - Cristo andou em obediência

1. Cristo andou de forma digna (2 Cor 5.21; 1 Pd 1.21,21, 23) - Cristo deixou-nos um exemplo de vida santa e digna. Postou-se corretamente diante de todas as circunstâncias. Foi tentado, mas não cedeu a tentação. Foi injuriado, mas não revidou com injúrias. Dignidade era a sua marca. Cristo viveu desta forma porque vivia em obediência. Estava cônscio da importância de sua missão. Nunca semeou contendas, pelo contrário, apregoava o amor e a união. Não deixou de pagar o imposto a César. Cumpriu com o seu dever de cidadão! A vida de Cristo é contada em quatro evangelhos e nenhum deles menciona  falcatruas por parte do Messias. Vivia de forma digna, íntegra e honesta. A dignidade de Cristo o credencia a chegar ao patamar de maior líder que já existiu ao longo dos séculos.

2. Foi obediente em todas as circunstâncias (Fp 2.8) - Cristo jamais se insubordinou as autoridades. Sendo Deus, compareceu a várias audiências onde homens pecadores o julgavam, mesmo assim obedeceu as autoridades civis de sua época. Um Deus obediente? Obedecia a quem? Obedecia ao seu próprio caráter que é essencialmente bom. Obedeceu a sua missão. Rebeldia e revolta não fazia parte do cabedal de atitudes de Cristo. Quando o procuraram para liderar uma revolta contra os romanos, Cristo não transpareceu desejo de aceitar a proposta. Permanecia obediente a Si mesmo, a Deus e a sua missão. Podemos apregoar a máxima que Cristo foi obediente até a morte.

3. Guardou a Palavra de Deus (Mc 2.2) - Cristo estudou e guardou o Velho Testamento em seu coração e mente. Citava-o em seus discursos. Ensinou a palavra ao povo no templo, nas sinagogas, nas casas, nas ruas, nas estradas e nas praias. Fez das ruas a sua sala de aula, dos montes a sua plataforma, dos barcos a sua tribuna e ensinava com maestria invulgar a Palavra de Deus que guardara em seu coração. Venceu o inimigo no deserto através da Palavra. Seu coração estava transbordando com a Palavra de Deus. Conhecia as profecias bíblicas e sabia discernir quando as mesmas estavam se cumprindo em seu ministério. Além de um exímio orador, Cristo também era exegeta. Fazia de forma incomparável a hermenêutica dos textos Sagrados. Amava a Palavra. Em muitos dos seus discursos salientou a importância da mesma na vida daqueles que aspiram em cumprir os propósitos de Deus. (João 5.39, Mateus 22.29).

II - Cristo andou em humildade

1. Foi humilhado e não abriu a sua boca (Is 53.7) - Cristo recebeu o maior peso de humilhação que um homem poderia receber. Foi humilhado publicamente pelos seus compatriotas, esbofetearam a sua face e cuspiram-lhe no seu rosto. Não revidou. Não abriu a sua boca. Permaneceu sereno diante da tempestade da humilhação.

2. Sendo Deus não usou indevidamente o seu poder (Mt 4.1 - 11) - Não usou o seu poder para benefício próprio e sim para benefício do próximo. Duvidaram do seu caráter e as pessoas colocaram em xeque a sua identidade messiânica. No episódio da crucificação, não desceu da cruz para provar que era Deus, no episódio da tentação não cedeu aos caprichos questionativos de Satanás. Nunca precisou provar nada para ninguém. Os questionamentos dos outros não suscitava o seu orgulho, permanecia humilde diante da chuva de críticas pejorativas.

3. Não permitiu que o orgulho entrasse em seu coração (Mt11. 29) - Jesus humilhou-se a si mesmo. A humildade foi uma característica indelével de Jesus. Estava intrínseca em sua personalidade e manifestava através de suas ações. Quando operava um milagre o povo manifestava o desejo de aplaudi-lo e honrá-lo, Jesus fugia dos aplausos do povo. Retirava-se. Preferia o deserto à honra pública. Optava pelo anonimato do que pela celebrização do seu ministério profícuo. A fama, a aceitação pública, o poder de exercer liderança sobre grande multidão não mexia com o seu orgulho, não corrompia a sua personalidade. Andou com os pobres, sentou-se a mesa com os rejeitados pela sociedade. Viveu em humildade e teve embasamento para dizer com muita propriedade: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.   

III - Cristo andou em amor

1. Sentia compaixão pelo povo (Mt 14.14) - Cristo não viveu encaramujado no seu “eu”, não viveu enclausurado na satisfação de si mesmo. Estava atento a necessidade do próximo. O clamor do povo tocava a sua sensibilidade e fazia tremer o seu coração. Não tratava o próximo com indiferença. Era empático. Dava atenção aos excluídos pela sociedade. No episódio da multiplicação quando viu que o povo estava com fome, não os despediu de barriga vazia, providenciou alimento para a multidão. Chorou quando viu a angústia do povo de Betânia pela morte de Lázaro. Chorou com os que choram! Consternou-se diante dos problemas do povo. Sentia compaixão. A compaixão é uma autêntica expressão de amor.

2. Seu amor era prático (Mt 4.23,24) - O amor de Cristo não estava preso somente aos seus belos discursos. Não era apenas teórico. O amor de Cristo transbordava através de suas atitudes. Cristo é a personificação do amor genuíno que emana da parte de Deus. Os mais belos sermões de Cristo não foram pregados verbalmente, foram proclamados através de atitudes. Curou enfermos, alimentou os necessitados, incluiu os excluídos e deu atenção aos que não era notados. Um exemplo clássico de um sermão ministrado por Cristo através de atitudes é o episódio da mulher adúltera. Em meio às acusações que sentenciavam aquela mulher ao apedrejamento, Jesus permanecia sereno escrevendo na areia. Não ouviu a voz da multidão que como uma correnteza tentava levá-lo a concordância. Ouviu o brado do amor que se manifestava através do perdão. Que belo sermão o ato de escrever na areia. Em vez de se juntar aos acusadores daquela mulher, advogou a sua causa e conquistou o veredicto do perdão. Seu amor era teórico e prático.

Ilustração:
            Certa vez, um jovem rico se aproximou de Jesus com a seguinte interrogação: “O que eu devo fazer para ser salvo”?
            Jesus Cristo disse que deveria guardar os mandamentos. Com orgulho disse que desde a sua tenra juventude já sabia todos os mandamentos. Havia decorado todos. Na prova de amor teórico tiraria dez. Mas, para a surpresa daquele jovem Jesus apontou-lhe um outro caminho para conquistar o que desejava. Jesus disse-lhe: “Vai e vende tudo o que tens e dá aos pobres, depois vem e segue-me”. Em outras palavras Jesus queria dizer: “Agora chegou à hora de você aplicar este amor na prática”. O jovem abaixou a cabeça e saiu frustrado. Seu amor era teórico e não prático.

3. Morreu na cruz do calvário por amor (Jo 15.13; Rm 5.8) - A maior prova do amor de Cristo foi demonstrada na cruz do calvário onde Cristo se entregou no afã de redimir a humanidade dos seus pecados. A sua morte na cruz foi a expressão máxima de amor demonstrado nesta terra. Foi factual! Selou o seu amor com sangue! Com dor! O seu amor venceu as zombarias, as humilhações, os escárnios, as afrontas, os algozes, venceu as chicotadas, as torturas. Venceu o peso da cruz, a dor dos pregos! Venceu a massacrante coroa de espinho que apertava a sua cabeça. Venceu a traição de Judas e o abandono de Pedro no momento mais crucial da sua vida. Venceu os pecados de toda a humanidade. Venceu o túmulo, a morte, as leis do ciclo da vida. Venceu o inferno e todas as hostes espirituais malignas monitoradas por Satanás. Amor guerreiro! Amor de “tal maneira”! Amor forte! Amor incomparável! Amor infinito! Amor sublime! Esse “amor” que falta palavras para o qualificá-lo é o amor do meu Jesus.
Aplicação:
            Obediência, humildade e amor são princípios que devem fazer parte do nosso cabedal de atitudes. Como é difícil cultivar estes princípios no mundo moderno. Temos dificuldade em obedecer. Temos dificuldades em lhe dar como os nossos superiores. A verdade é que ninguém gosta de receber ordens. Ninguém gosta de estar subordinado a alguém. Mas, como seguidores de Cristo devemos andar em obediência, seguir as leis, obedecer aos nossos líderes, aos nossos pastores e principalmente devemos obedecer a Palavra de Deus. Deus se agrada da obediência. Prefere a prática da obediência do que a prática de sacrifícios. Na verdade, o sacrifício sem a obediência para nada serve.
            A humildade deve ser uma marca da Igreja. Vivemos em um mundo onde a lei do mais forte vigora. As pessoas se exaltam no objetivo de crescerem. É a cadeia alimentar social. Neste sistema, a humildade é excluída. Ser humilde é tolice, é demonstrar fraqueza. O orgulho campeia no coração das pessoas. Mas, Cristo nos deixou uma mensagem diferente da pregada na atualidade. O caminho correto não é exaltar-se, pelo contrário, é humilhar-se. Através da humildade conquistamos lauréis. Vencemos adversidades não de forma vergonhosa, mas sim de forma honrosa. A humildade vence a discórdia, sepulta as inimizades, derrota o orgulho e triunfa sobre as desavenças. A torre da humildade deve estar presente no arraial cristão.
            O amor é outro princípio que extraímos do andar de Cristo pela face da terra. Deus não apenas falou sobre a importância do amor estando no céu, mas desceu a terra para provar e atestar a veracidade do seu amor pela humanidade. O verbo se fez carne! O amor é a virtude na qual gravitam todos os mandamentos bíblicos. Devemos praticar o mandamento do amor. O nosso amor não deve ser apenas teórico, mas também prático. Amar é preocupar-se com o próximo, é alimentar os que têm fome, é dar atenção aos excluídos. O amor não é uma condecoração que você põe no peito e diz: “Eu tenho amor”. O amor é vivência. Deve manifestar-se através de nossas atitudes. Quem ama não magoa, não entristece o próximo. Se a Igreja praticasse verdadeiramente o mandamento do amor metade de seus problemas internos estariam resolvidos. Cristo nos apresentou o caminho. Deixou as pegadas. Exemplificou a forma correta de andar. Agora é nosso dever andar como Cristo andou!

Conclusão:


Neste sermão aprendemos sobre a importância de andarmos como Cristo andou. Vemos que Jesus nos deixou um exemplo de andar em obediência, dignidade era a sua marca, foi obediente em todas as circunstâncias porque guardava a Palavra de Deus em seu coração. Vemos também que Cristo nos deixou o maior exemplo de humildade, foi humilhado, mas não abriu a sua boca. Não usou indevidamente o seu poder. Sendo Deus permaneceu humilde diante das afrontas e críticas que foram lançadas sobre ele. E, por fim, vemos a andar de Cristo em amor. Ele sentia compaixão pelo povo, seu amor era prático e morreu na cruz do calvário como atestado deste incomensurável amor. Aprendemos que devemos andar como Cristo andou. Amem.

                                        Pr. Luiz Fernando Massunaga

domingo, 23 de novembro de 2014

Os 3 passos para a conquista do cristão

TEMA:                       OS 3 PASSOS PARA A CONQUISTA DO CRISTÃO
TEXTO:                    FILIPENSES 3. 12, 15a.
I.C.T:                         Ao escrever aos irmãos Filipenses, o Apóstolo Paulo de maneira doutrinária, exprime de madeira exata o caminhar necessário para que todos nós conquistemos plenitude de vida através da vontade de Deus. Isso é a nossa soberana vocação. Dar os passos certos de maneira certa e no tempo certo.  
TESE:                       Três princípios são norteadores na corrida do cristão: humildade, persistência e Amadurecimento.
OBJ. GERAL:          Pastoral / Doutrinário.
OBJ. ESPECÍFICO:           Levar os irmãos a meditar sobre os passos corretos para que obtenhamos vitória na caminhada cristã.

ESBOÇO

Em primeiro lugar,...
                        F. T.:... Para conquistarmos a soberana vocação é necessário...
I -... Reconhecer que não somos perfeitos (HUMILDADE) v12a;

Em segundo lugar,...
                        F. T.:... Para conquistarmos a soberana vocação é necessário...
II -... Prosseguir (PERSISTÊNCIA) v12b;

Em terceiro e último lugar,...
                        F. T.:... Para conquistarmos a soberana vocação é necessário...
III -... Amadurecimento (PERFEIÇÃO DE SENTIMENTOS) V15a.



CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



INTRODUÇÃO

Meus irmãos e minhas irmãs, eu vos saúdo na Paz do Senhor!
(...)

Quero iniciar a homilia de hoje com uma ilustração que me surpreendeu muito quando eu a li.

ILUSTRAÇÃO:

O CÉTICO E O CRENTE

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao segundo:

- Você acredita na vida após o nascimento?

- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?

- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.

- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: a vida após o nascimento está excluída – o cordão umbilical é muito curto.

- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.

- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita em mamãe? E onde ela supostamente está?

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.

- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.

- Bem, mas às vezes, quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou a sente, quando ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso então que a vida real nos espera, por isso que estamos aqui este tempo e para isto que estamos nos preparando!
Coloquemo-nos em pé, abramos nossas Bíblias em:
Filipenses 3. 12, 15a. Leiamos:

12       Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.
15       Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus

Diante deste texto que nós lemos e diante destas verdades que já temos compartilhado, eu quero vos pregar o seguinte tema:


OS 3 PASSOS PARA A CONQUISTA DO CRISTÃO.

Em primeiro lugar,...
F. T.:... Para conquistarmos a soberana vocação é necessário...
I -... Reconhecer que não somos perfeitos (HUMILDADE) v12a;

Uzias tinha somente 16 anos quando seu pai foi assassinado e ele subitamente se tornou rei de Judá, no oitavo século antes de Cristo. A história de seu reinado, que é registrada em 2 Crônicas 26, ensina uma lição poderosa sobre a importância da humildade. Uzias começou bem. Ele respeitava o Senhor e sua palavra, e Deus o abençoou abundantemente. O reino se expandiu e o rei fiel conseguiu dominar seus inimigos de todos os lados. Sua reputação se espalhou a outros países. Uzias se fortaleceu.
Então, tudo mudou:
"Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso" (2 Crônicas 26:16).
Uzias era um homem especialmente escolhido por Deus para conduzir seu povo. Durante muitos anos, Uzias serviu o Senhor fielmente. Porém não estava autorizado a entrar no templo para queimar incenso. Esse papel estava reservado para outros homens escolhidos por Deus, os sacerdotes, que serviam no templo. Uzias, não estando mais contente com o desempenho do papel que Deus lhe havia dado, tentou assumir uma função extra e foi fortemente repreendido por seu erro.
O sacerdote Azarias e 80 outros sacerdotes seguiram Uzias até o templo e desafiaram seu ato presunçoso. Uzias enraiveceu-se e Deus respondeu imediatamente ao seu erro. O rei ficou leproso ali mesmo no templo diante dos olhos dos sacerdotes. Eles imediatamente o atiraram fora do templo, e Uzias correu da casa de Deus, percebendo que o Senhor tinha punido sua arrogância. Seu filho assumiu os negócios do Estado e deixou o leproso Uzias isolado em sua casa pelo resto de sua vida. A vida abençoada de um grande homem foi arruinada por um ato de desobediência. Uzias, como o primeiro rei de Israel (veja Samuel 15:17-23), foi derrubado por seu próprio orgulho.
Humildade: Fundamental para nossa comunhão com Deus
Quando Jesus pregou o sermão que define o caráter do verdadeiro discípulo, suas palavras iniciais foram diretas ao coração:
"Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mateus 5:3).
Ele continuou a pregar durante mais três capítulos, mas muitos ouvintes não o ouviram porque nunca passaram da linha de partida. Mesmo hoje, a maior parte da mensagem do evangelho cai em ouvidos surdos de homens e mulheres arrogantes que não querem mesmo reconhecer a posição de Jesus como Senhor.
Mas Jesus não reduziu os padrões. Ele não abriu uma porta extra para entrarem os arrogantes ou os "quase" humildes. Ele manteve intacto o seu requisito fundamental porque ele reflete a exigência eterna de Deus. Deus nunca aceitou o homem cheio de orgulho que pensava fazer as coisas a seu próprio modo.
Ao contrário de toda a sabedoria dos homens carnais, tendentes a adquirir poder e posição, Deus aceita exclusivamente os humildes. Uma geração depois de Uzias, o profeta Miquéias pregou perfeitamente a idéia quando ele citou as palavras de Deus:
"Ele te declarou, ó homem, o que é bom e o que é que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Miquéias 6:8).
As Escrituras deixam perfeitamente claro que não há outra maneira de caminhar com Deus. Ou andamos humildemente com nosso Deus, ou não andamos de modo nenhum com ele!
Jesus andou no meio de homens carnais e enfrentou tremendo desafio. Como poderia ele capturar seus corações para moldá-los como os servos humildes que o Pai quer? Não foi uma tarefa fácil. Ele falava frequentemente de humildade, e mostrava em sua vida de serviço o que significa elevar os outros acima de nós mesmos. Quem poderia exemplificar melhor a humildade voluntária do que o próprio Deus, que deixou sua habitação celestial para servir e mesmo morrer pelos homens pecadores? (Esta é a essência do apelo irresistível de Paulo em Filipenses 2:3-8).
Tiago disse:
"Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós... Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (Tiago 4:6-10).
A arrogância impede a salvação.
"Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará" (Tiago 4:10).

Em segundo lugar,...
F. T.:... Para conquistarmos a soberana vocação é necessário...
II -... Prosseguir (PERSISTÊNCIA) v12b;

            Ilustração:
Um homem investe tudo o que tem numa pequena oficina. Trabalha dia e noite, inclusive dormindo na própria oficina. Para poder continuar nos negócios, empenha as próprias joias da esposa. Quando apresentou o resultado final de seu trabalho a uma grande empresa, dizem-lhe que seu produto não atende ao padrão de qualidade exigido. O homem desiste? Não! Volta à escola por mais dois anos, sendo vítima da maior gozação dos seus colegas e de alguns professores que o chamavam de “visionário”. O homem fica chateado? Não! Após dois anos, a empresa que o recusou finalmente fecha contrato com ele.
Durante a guerra, sua fábrica é bombardeada duas vezes, sendo que grande parte dela é destruída. O homem se desespera e desiste? Não! Reconstrói sua fábrica, mas, um terremoto novamente a arrasa. Essa é a gota d’água e o homem desiste? Não!
Imediatamente após a guerra segue-se uma grande escassez de gasolina em todo o país e este homem não pode sair de automóvel nem para comprar comida para a família. Ele entre em pânico e desiste? Não! Criativo, ele adapta um pequeno motor à sua bicicleta e sai às ruas. Os vizinhos ficam maravilhados e todos querem também as chamadas “bicicletas motorizadas”.
A demanda por motores aumenta muito e logo ele fica sem mercadoria. Decide então montar uma fábrica para essa novíssima invenção. Como não tem capital, resolve pedir ajuda para mais de quinze mil lojas espalhadas pelo país. Como a ideia é boa, consegue apoio de mais ou menos cinco mil lojas, que lhe adiantam o capital necessário para a indústria.
Encurtando a história: hoje a Honda Corporation é um dos maiores impérios da indústria da automobilística japonesa, conhecida e respeitada no mundo inteiro.
Tudo porque o Sr. Soichiro Honda, seu fundador, não se deixou abater pelos terríveis obstáculos que encontrou pela frente.



Em terceiro e último lugar,...
F. T.:... Para conquistarmos a soberana vocação é necessário...
III -... Amadurecimento (PERFEIÇÃO DE SENTIMENTOS) V15a.

Há algumas expressões que ouvimos ao longo da vida que às vezes nos parece sem sentido, um despropósito. Dias atrás em uma conversa ouvi umas dessas frases: Apodreceu antes mesmo de amadurecer. A minha primeira reação foi a de espanto e recriminação pela construção da ortográfica, mas depois de “ruminar” sobre ela, percebi em sua expressão uma verdade que a própria Bíblia ensina.

Ao ler sobre a igreja em Sardes (Ap 3) João descreve este triste fato de uma comunidade que deveria ser fonte de crescimento e vida, mostrou-se doente, vivendo com máscaras, de fachada e de aparências. E antes mesmo desta igreja atingir a maturidade em Cristo (Ef 4.13-14) já dava sinais de podridão, já cheirava mal.

Semelhantemente o apóstolo Paulo, quando escreveu à igreja em Corinto (2Co 13.5), revelou este triste momento em que aqueles irmãos caminhavam para a morte sem mesmo conseguirem vivenciar as fases do crescimento – amadurecimento.

Paulo propõe aos irmãos e irmãs fazerem um check-up (exame) e mudarem os hábitos (provar) para interromper este processo de deterioração (reprovado) da nossa jornada espiritual (fé). Paulo esperava e orava para que a obra que Deus iniciou pudesse ser completada até ao Dia de Cristo Jesus (Fp 1.6).

Retornando a Sardes, João é claro ao propor, não só a eles, mas a nós também, que deveriam ser VIGILANTES e reavivar, consolidar o que estava para morrer (Ap 3.2), que deveriam LEMBRAR e GUARDAR o que lhe fora ensinado, e assim o verdadeiro ARREPENDIMENTO fosse manifestado e voltassem ao caminho do crescimento e amadurecimento. Realidade essa que nasce em/de Deus e no Seu tempo.
            Mas, o que significa “ser perfeito” segundo a Bíblia?
            Para respondermos a esta pergunta vamos recorrer ao texto original:
            τετελείωμαι = Perfeição inteiramente absoluta
            τέλειοι = Amadurecimento espiritual, desenvolvimento ético de um ser.

            Ser um Cristão deveria significar que nossa trajetória é direcionada por necessidade, não importando o perigo e desconforto e estresse. Isto é ser humilde diante de Deus.


CONCLUSÃO:

Nesta passagem tão importante para o lado prático da vida cristã, tomamos consciência de duas coisas: a primeira, a origem gloriosa do nosso chamado para viver a vida cristã. Fomos vocacionados soberanamente por Deus em Cristo Jesus. A segunda verdade tão importante para nossa vida, é que há um método, uma forma, um caminho apontado pela Palavra de Deus para que alcancemos a santidade de vida.
Que sejamos até a medula tocados pelo chamamento divino que nos convoca para sermos participantes da santidade de Cristo e um dia ressuscitarmos para uma santificação perfeita. Que tudo isto nos empolgue e anime. E que tomemos o caminho que já foi trilhado pelos grandes servos de Deus no passado a fim de que sejamos santos.


Amém.

PR. LUIZ FERNANDO MASSUNAGA
BACHAREL EM TEOLOGIA

quinta-feira, 24 de julho de 2014

QUEM É JESUS CRISTO

Mateus 16: 13, 15.

Provérbios 14.3: Na boca do tolo está a punição da soberba, mas os sábios se conservam pelos próprios lábios.

Ilustração:

Era uma vez um sapo falador que queria fugir do inverno.
Então, alguns gansos sugeriram que o sapo se juntasse a eles e migrasse, que fosse com eles para um lugar mais quente.
Mas aí apareceu um problema: o sapo não voa, como poderia seguir viagem?
Mas o sapo sabido foi logo dizendo:
"Deixem comigo, tenho um cérebro brilhante, vou ter uma boa ideia."
Pensou um pouco e então pediu aos gansos que o ajudassem segurando um caniço forte, cada um numa ponta.
Como o sapo tem um bocão, ele poderia se prender ao cabo pela boca e seguir com os gansos.
Em pouco tempo os gansos e o sapo iniciaram a sua jornada.
Assim que passaram por uma pequena cidade os moradores saíram para ver aquela cena estranha e original.
Quem poderia ter tido uma ideia tão brilhante? perguntaram alguns moradores.
Isso fez com que o sapo se inchasse tanto de orgulho e, se sentido importante gritou:
Fui eu, fui eu!
Seu orgulho foi sua ruína, pois no momento em que abriu a boca, se soltou do caniço e estatelou-se no chão, morto.

Jesus está em Cesaréia de Filipe e ali ele faz duas perguntas importantes aos discípulos.

Primeira pergunta – Quem diz o povo ser o Filho do homem?

"Eles responderam: Uns dizem: João Batista, outros: Elias; e outros: Jeremias, ou algum dos profetas." v. 14

A expressão "filho do homem" é uma expressão que surgem principalmente em no velho testamento, referindo-se a alguns profetas, como Ezequiel (Ez. 2:1,3,6) e Daniel (Daniel 8:17). No entanto, em Daniel 7:13, o profeta fala que teve uma visão de "um como Filho do Homem" que haveria de vir nas nuvens. Jesus usa este título em vários momentos, referindo-se a si mesmo. Este título enfatiza sua humanidade.

Se Jesus fizesse esta mesma pergunta hoje, o que algumas religiões diriam:

Os mulçumanos diriam: "Ele é um grande profeta."

O espiritismo diria: "Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava."

Os mórmons diriam: Não teve nascimento virginal, é irmão espiritual de Satanás; não foi Deus desde a eternidade, não é um em natureza, essência e substância com Deus Pai e com o Espírito Santo. Sua salvação não pode levar a pessoa ao "céu mais alto"; é necessário que a pessoa também faça boas obras

O judaísmo, A Mishneh Torá, escrita por Maimônides, diz: "Jesus é um "obstáculo" que faz "a maioria do mundo errar para servir a uma divindade além de Deus"..

As testemunhas de Jeová, dizem que Jesus é apenas o servo fiel, o segundo Adão.

Estas religiões conferem a Jesus o título de mestre, modelo de perfeição, profeta, homem e até no caso do mormonismo, o ser irmão espiritual de Satanás.

Geralmente utilizam as próprias palavras de Jesus para fortalecer seus argumentos, declarações de Jesus como:

João 14:28 - Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do que eu.

João 5:30 - Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma ; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

João, 7:28 - Jesus, pois, levantou a voz no templo e ensinava, dizendo: Sim, vós me conheceis, e sabeis donde sou; contudo eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis .

João 12:49-50 - Porque eu não falei por mim mesmo; mas o Pai, que me enviou, esse me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar. E sei que o seu mandamento é vida eterna. Aquilo, pois, que eu falo, falo-o exatamente como o Pai me ordenou.

Lucas 13:33 - Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte; porque não convém que morra um profeta fora de Jerusalém.

João 14:24 - Quem não me ama, não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou.

João, 8:28-29 - Prosseguiu, pois, Jesus: Quando tiverdes levantado o Filho do homem, então conhecereis que eu sou, e que nada faço de mim mesmo; mas como o Pai me ensinou, assim falo. E aquele que me enviou está comigo; não me tem deixado só; porque faço sempre o que é do seu agrado .

Lucas 22:41-42 - E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.

João 20:17 - Disse-lhe Jesus: deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus."
A segunda pergunta que Jesus fez aos seus discípulos, foi:
"Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?" v. 15

Nós falamos que Jesus é Homem:

a. Ele foi chamado e chamava-se a si mesmo homem.

João 8:40; Atos 2:22; Romanos 5:15 e I Corintios 15:21.

b. Possuía um corpo material e uma alma racional.

Lucas 24:39; Mateus 26:38; João 11:33 e Mateus 26:26, 28.

c. Sentia fome, sede, cansaço, sono, amor, ira, etc.

Mateus 4:2; Mateus 8:24; João 4:6 e João 19:28.

d. Era sujeito às leis do desenvolvimento humano, tanto no corpo como na alma. Crescia e

se fortalecia em espírito, fazia perguntas. Lucas 2:40, 46.

e. Sofreu e morreu.

Lucas 22:44 e João 19:30.

Nós falamos que Jesus é Deus:

Ele mesmo reivindica sua Divindade.

João 10:30-33; João 14:6-11, etc.

Jesus por várias vezes usa a expressão "Eu Sou", expressão semelhante a que Deus

revelou a Moisés em Êxodo 3. Por isso quiseram apedrejá-lo.

Ele é chamado de Deus.

João 1:1, 18 - Como conciliar este texto com: Isaías 43:10, assim está escrito: "...antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá". Em Isaías 44:6 – "...e fora de mim não há Deus". Na bíblia, os deuses falsos, são os com "d" minúsculo.

João 20:28 e Isaías 1:9 (na bíblia dos TJ está como na nossa);

Hebreus 1:8 – "O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre."

Tito 2:13 – "...aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus."

Romanos 9:5 – "...deles são os patriarcas e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos. Deus bendito para todo o sempre. Amém." etc.

É adorado como Deus e recebe honra e culto devidos unicamente a Deus.

João 5:23 – "a fim de que todos honrem o Filho, do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.

Atos 7:59 – "E apedrejavam a Estevão que invocava e dizia: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito."

Hebreus 1:6 – "E todos os anjos de Deus o adorem."

Apocalipse 5:12-14.

Mas como entender João 14:28 – "Ouvistes que eu vos disse: Vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu."

Texto básico usado por aqueles que desprezam a divindade de Jesus, quando Jesus afirma que o Pai é maior que ele?

Só entendemos este texto, à luz de Filipenses 2:6-11.
"Forma de Deus" (v.6) – A palavra "forma" aqui é a palavra grega (morphê) = natureza, substância, essência.
"Forma de servo" (v.7) – A palavra "forma" aqui é a palavra grega (esquema) = esqueleto, estrutura.
Jesus não julgou com usurpação o ser igual a Deus, tendo sua natureza, mas esvaziou-se, humilhou-se, assumindo a forma humana. Como servo, submisso à vontade do Pai. Ele não é menor no sentido de ter menos poder, etc..., porque tem a mesma natureza. Ele é menor diante de sua posição encarnada perante o Pai – como servo.
Jesus é a única pessoa que poderia morrer por nós e nos salvar!

I Corintios 15:22 – "Porque assim como em Adão todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo."

Atos 4:12 – "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos."

I João 1:9 – "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça."

João 14:6.- "Respondeu Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim."
Quem é Jesus pra você?
Apenas um mestre, um profeta, uma boa pessoa?


Sermão pregado na Comunidade Bíblica Adoração.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

TEMA: A INVERSÃO DA CONVERSÃO
TEXTO: Atos 2. 41-42
INTRODUÇÃO
Os Guinness, um dos profetas da modernidade, escreveram no início da década de oitenta um artigo intitulado Cuidado com a jiboia. Neste artigo, ele comenta os perigos e desafios da modernidade para a fé cristã, e compara estes perigos ao abraço da jiboia que mata suas vítimas estrangulando-as devagar, sem nenhuma pressa. Para ele, a modernidade vem fazendo com o cristianismo aquilo que Nero, Dioclesiano e outros tentaram fazer através da violência e perseguição e não conseguiram. A modernidade vem lentamente estrangulando a fé e o espírito cristão sem que a cristandade se dê conta do abraço da jiboia e apresente qualquer resistência.
Um dos fenômenos modernos que vem me chamando a atenção é o do velho tema da conversão. No passado, a experiência da conversão era caracterizado por uma reforma radical da vida. O convertido era alguém que renunciava o pecado, o mundo e a carne para viver para Cristo, obedecendo a sua Palavra, buscando fazer a sua vontade, negando a si mesmo e se afirmando pela fé em Cristo. Éramos convertidos a Cristo. Na linguagem de Isaías, esta conversão envolvia uma transformação dos nossos caminhos e pensamentos, levando-nos a considerar como superiores e melhores os caminhos e os pensamentos de Deus.


1)  Conversão não é mudar de igreja, denominação ou religião; é mudar de caminho!

A modernidade vem lentamente mudando este conceito. Eu diria que hoje, o fenômeno mais comum que observo em muitos testemunhos cristãos, não é mais o de nossa conversão a Cristo mas a conversão de Cristo a nós. Digo isto porque o que normalmente ouvimos, nos relatos das experiências de muitos cristãos modernos, são histórias das ações de Deus em suas vidas resolvendo seus problemas, curando suas enfermidades, livrando-os do mal e dos perigos, abrindo portas para novas oportunidades, abençoando seus planos e projetos. Obviamente isto não tem nada de mais, é a expressão mais legítima da presença cuidadosa de Deus em nossas vidas. No entanto, quando tornamo-nos o centro das ações de Deus e julgamos que sua existência só é justificada pelos benefícios que recebemos dele, invertemos a ordem da conversão e, ao invés de sermos convertidos a Cristo, é ele quem se converte a nós, transformando-se numa espécie de "grande mágico" ocupado em tornar nossa vida melhor e mais agradável.
Por outro lado, me chama também a atenção a ausência cada vez maior de testemunhos que expressem as mudanças e transformações da vida e do caráter, que demonstrem a disposição do coração e da alma humana em se deixar moldar pela natureza divina, testemunhos que apontem para uma conversão de nós a Cristo. Somos pecadores, a queda maculou a imagem de Deus em nós, nosso caráter foi corrompido e nos tornamos, por natureza, "filhos da desobediência", rebeldes e egoístas, sem um referencial externo que nos apontasse o caminho de volta para Deus e para a reconstrução da "Imago Dei".

2) Conversão não implica estabelecer propósitos pessoais, mas sim em voltar ao propósito original do Criador!

Jesus Cristo, o varão perfeito, o Filho do homem, que manifestou através da encarnação a mais plena e completa humanidade, viveu entre nós para ser o caminho que nos leva de volta ao propósito do Criador, o referencial que precisamos. A conversão, ou numa expressão mais comum entre nós, o "aceitar a Cristo", significa permitir que a vida de Cristo seja agora, pelo poder do seu Espírito, vivida por nós, convertendo-nos e transformando-nos em criaturas novas a fim de afirmarmos como o apóstolo Paulo: "Não mais eu, mas Cristo vive em mim".
Esta afirmação não significa que Paulo havia perdido sua identidade própria, passando a ser uma espécie de marionete ou "zumbi" religioso. O que ele afirma é que foi convertido a Cristo, sua vida foi transformada por Cristo, seus desejos, emoções e vontade, foram e estavam sendo reordenados aos propósitos do Criador. Paulo não estava preocupado se Cristo iria atender todas as demandas de sua vida e ministério, satisfazer suas necessidades ou atender suas exigências pessoais. Paulo estava interessado naquilo que Cristo estava fazendo em sua vida, nas mudanças que o Evangelho havia realizado em seu coração e alma. Paulo mantinha seu olhar sempre fixo em Cristo, deixando para trás tudo aquilo que o mantinha preso no seu passado para experimentar, dia após dia, o poder da ressurreição que fazia dele um novo homem.
A conversão de Cristo a nós é perigosa. É uma inversão que nos coloca numa situação de enorme risco. No salmo 106 há uma advertência contra isto. O povo de Israel foi grandemente abençoado por Deus que os libertou do Egito e dos seus opressores. No entanto, logo se esqueceram de tudo o que Deus lhes havia feito e se entregaram a suas paixões, fazendo o que desejavam. Em meio a esta busca de sua própria realização, lutando pelo seu "direito de ser feliz", fizeram suas orações pedindo para que Deus abençoasse seus desejos desordenados e seus caminhos falsos. Diante disto, o salmista afirma que "Deus lhes concedeu o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma". As consequências de uma conversão de Cristo a nós podem nos levar ao abismo mais profundo do egoísmo humano e nos afastar da vida liberta e verdadeiramente humana que Cristo nos oferece.

3) Conversão não significa mudar quem Deus é; Conversão é mudar quem nós somos.

A conversão nunca é o processo de transformar Cristo numa espécie de "gênio da lâmpada", que existe apenas para atender nossas demandas e necessidades. Este caminho inverso pode parecer fascinante, nos dá a sensação de ter à nossa disposição alguém forte e poderoso para nos defender, atender aos nossos interesses, satisfazer nossos desejos e alimentar nosso ego insatisfeito e frustrado. Não nego o amor de Deus e seu desejo enorme de nos abençoar, mas o caminho da conversão continua sendo o da nossa transformação em Cristo, da reconciliação com Deus, da renúncia ao pecado, da sujeição ao senhorio de Cristo, da obediência à sua Palavra e da santidade do caráter. É a transformação da nossa natureza caída na imagem de Deus, é ser cada dia mais parecido com Jesus.
A advertência de Os Guinness é real. A jibóia está aí estrangulando os cristãos, lenta e silenciosamente. A busca pela auto-realização, o narcisismo religioso, a sedução da propaganda, têm invertido o conceito da experiência mais primária da fé cristã. Se começamos pelo caminho inverso, correremos o risco de ver nossa alma definhada. Cuidado com a jibóia. Amem.
Pr. Luiz Fernando Massunaga

Comunidade Bíblica adoração, Bauru, 06 de Julho de 2014.